A REBELDIA DE SANSÃO LIÇÃO 6




Apesar de ele ter nascido para cumprir um desígnio divino, na defesa de Israel, tinha um temperamento irascível e rebelde. É possível constatar isso ao longo de sua vida pessoal de acordo com a Bíblia. Na presente lição, veremos que os pais de Sansão foram zelosos em sua educação, mas seu filho tornou-se rebelde.

 

COMENTÁRIO

        Desde que Israel conquistou Canaã, por volta de 1400 a.C., e o tempo dos juízes, depois da morte de Josué, os historiadores chegaram à conclusão de que a Era dos Juízes tenha sido entre 1375 e 1050 a.C. O período dos juízes foi um tempo em que Israel, sem ter um líder específico, formou um tipo de confederação, ou seja, de tribos unidas.

Pelo menos 13 juízes de tribos diferentes desempenhavam a função de líderes do povo. Alguns anos depois, surgiu Samuel, criado na casa de Eli, o sacerdote, o qual se tornou o seu substituto como líder daquela nação, profeta e juiz. Samuel foi o último dos juízes e o primeiro dos profetas.

Na verdade, Sansão foi o 12º juiz em Israel. Desde que morreram os três últimos juízes, Ibsã, Elom e Abdom, Israel ficou sem uma liderança. Nesse contexto, surgiu Sansão, nascido de uma mulher estéril, mas escolhida por Deus para ser a mãe, e que tinha como pai um homem chamado Manoá, da tribo de Dã. Foi num tempo em que “cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos” (Jz 21.25).

Nos dias em que nasceu Sansão, a Bíblia afirma: “E os filhos de Israel tornaram a fazer o que parecia mal aos olhos do Senhor, e o Senhor os entregou na mão dos filisteus por quarenta anos” (Jz 13.1).

Essa é a história de Sansão, de seus pais e de uma família israelita que viveu num tempo de pressão social, de escassez e de sofrimento infligido pelos filisteus, por volta do século XI a.C.

A despeito de Sansão ter nascido para cumprir um desígnio de Deus na defesa de Israel, como homem ele tinha um temperamento irascível e rebelde, demonstrado ao longo de sua vida. Seus pais, “Manoá e sua esposa” (cujo nome não aparece no texto), não tinham filhos devido à esterilidade da esposa; contudo, pela vontade do Senhor, um anjo anuncia àquela mulher que seria mãe de um filho muito especial.

Encontramos na Bíblia histórias de algumas mulheres que foram agraciadas por Deus e deixaram de ser estéreis como: Sara, mulher de Abraão e mãe de Isaque; Rebeca, mulher de Isaque e mãe de Esaú e Jacó; Raquel, mulher de Jacó e mãe de José e Benjamim; Ana, mulher de Elcana e mãe de Samuel; Isabel, mãe de João Batista. Voltando ao tempo dos juízes, Deus agraciou uma mulher temente a Ele, que não é identificada por um nome, senão o de seu marido, Manoá, e envia um anjo para anunciar-lhe o nascimento de um filho que se chamaria Sansão.

Considerando-se a temática desse capítulo, torna-se difícil julgar o papel dos pais de Sansão quanto à educação moral e espiritual dada ao filho. Certamente, eles sabiam que esse filho teria caraterísticas distintas, visto que seria um libertador de Israel, mas, mesmo assim, não conseguiram impedir que Sansão se tornasse um homem com atitudes carnais.

Manoá e sua esposa procuraram ensinar ao filho os princípios morais e espirituais e o comportamento diferenciado que Sansão deveria ter em relação aos povos inimigos de Israel. A despeito do temor de Deus no coração dos pais de Sansão, eles não conseguiram controlar as ações de seu filho e a consciência do seu papel futuro na vida do seu povo.

Cabral. Elienai,. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 101-103.

        Sansão foi uma personagem ao mesmo tempo forte e fraca, que tem arrebatado a imaginação de muitos autores e criadores de filmes. A sua vida envolveu todos os elementos de intriga, suspense, vitória e tragédia que compõem as boas histórias. O autor sagrado do livro de Juízes dedicou cem versículos a Gideão, e noventa e seis a Sansão, o que significa que eles foram campeões de audiência. De acordo com as divisões modernas e artificiais do Antigo Testamento, o relato sobre Gideão ocupa três capítulos; e a história sobre Sansão, quatro.

Sansão era homem que gostava de namoriscar com o pecado e amava a violência. No fim, essas duas coisas o reduziram a nada. Mas mesmo no fim, ele foi glorificado, porquanto conseguiu matar um maior número de inimigos constantes, em sua morte, do que tinha sido capaz de fazê-lo em vida (ver Juí. 16.30).

Apesar de sua grande capacidade como matador, tanto na vida como na morte, Sansão não conseguiu livrar Israel da servidão que fora imposta pelos filisteus. Sua carreira foi seguida por um período histórico de confusão, guerra civil e violência. Foi Davi quem, afinal, pôs cobro à ameaça dos filisteus, o que só aconteceu cerca de cem anos depois de Sansão.

“Os filisteus invadiram as terras costeiras da Palestina pouco depois dos encontros armados entre Ramsés III (do Egito) e os chamados povos do mar, em algum tempo entre 1220 A. C. e 1180 A. C. Por meio de assaltos armados, negócios pacíficos e, provavelmente, casamentos mistos, eles fizeram sentir a sua presença nos vales que levavam às terras altas da Palestina, conforme fica demonstrado pela influência crescente de sua cerâmica, após os meados do século XII A. C.

As fontes informativas bíblicas e os remanescentes arqueológicos concordam que houve um período de relações mútuas entre os israelitas e os filisteus, por volta de 1150 e 1050 A. C. E foi quando esta última data já se aproximava que os filisteus começaram a pressionar os judaítas e os efraimitas com maior empenho. Os episódios que envolveram Sansão refletem uma situação longe de estar resolvida, mas quando ainda não havia guerra franca entre os dois povos” (Jacob M. Myers, in loc.


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