Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém! (1 Jo 5.21)
VERDADE PRÁTICA
A adoração a ídolos implica priorizar tudo aquilo que se coloca no lugar de Deus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – 2 Tm 3.5 Fique longe de pessoas assim
Terça – 1 Jo 2.15 Não ameis as coisas do mundo
Quarta – Is 42.8 O Senhor não divide a sua glória
Quinta – Lv 19.4 Não se volte para os ídolos
Sexta – Êx 20.3,4 Não farás nenhum ídolo
Sábado – Jn 2.8 Cuidado com os que desprezam a misericórdia
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 31.17-19,33-35; Juízes 17.1,3-5
Gênesis 31
17 – Então, se levantou Jacó, pondo os seus filhos e as suas mulheres sobre os camelos,
18 – e levou todo o seu gado e toda a sua fazenda que havia adquirido, o gado que possuía, que alcançara em Padã-Arã, para ir a Isaque, seu pai, à terra de Canaã.
19 – E, havendo Labão ido a tosquiar as suas ovelhas, furtou Raquel os ídolos que seu pai tinha.
33 – Então, entrou Labão na tenda de Jacó, e na tenda de Léia, e na tenda de ambas as servas e não os achou; e, saindo da tenda de Léia, entrou na tenda de Raquel.
34 – Mas tinha tomado Raquel os ídolos, e os tinha posto na albarda de um camelo, e assentara-se sobre eles; e apalpou Labão toda a tenda e não os achou.
35 – E ela disse a seu pai: Não se acenda a ira nos olhos de meu senhor, que não posso levantar-me diante da tua face; porquanto tenho o costume das mulheres. E ele procurou, mas não achou os ídolos.
Juízes 17
1 – E havia um homem da montanha de Efraim cujo nome era Mica,
3 – Assim, restituiu as mil e cem moedas de prata à sua mãe; porém sua mãe disse: Inteiramente tenho dedicado este dinheiro da minha mão ao Senhor para meu filho, para fazer uma imagem de escultura e de fundição; de sorte que agora o tornarei a dar.
4 – Porém ele restituiu aquele dinheiro a sua mãe, e sua mãe tomou duzentos moedas de prata e as deu ao ourives, a qual fez delas uma imagem de escultura e de fundição, e esteve em casa de Mica.
5 – E tinha este homem, Mica, uma casa de deuses, e fez um éfode e terafins, e consagrou a um de seus filhos, para que lhe fosse por sacerdote.
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
A fim de nos aprofundarmos no tema desta lição, analisaremos duas passagens bíblicas, nas quais os ídolos estavam presentes e, até mesmo, se tornaram naturais no seio familiar do povo de Deus. O primeiro caso se dá envolvendo o sogro e a esposa do patriarca Jacó.
Na ocasião, Raquel furtou alguns ídolos de seu pai, Labão, sentindo-se injustiçada e preocupada por não receber dele herança. Já o segundo exemplo se passa no tempo dos Juízes de Israel, quando o eframita Mica fabricou ídolos e construiu para eles um santuário em sua própria casa.
Por meio desta lição, refletiremos sobre as formas sutis como a idolatria pode se instalar nos lares, abrindo espaço para outros pecados e causando grandes prejuízos às famílias.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Apresentar o contexto no qual Raquel furtou os ídolos de seu pai Labão;
II) Explicar o cenário político-social de Israel quando Mica abraçou a idolatria;
III) Alertar acerca dos perigos da idolatria no seio familiar do povo de Deus.
B) Motivação: Como meros leitores dos exemplos explicitados, podemos a priori não nos identificar com as famílias mencionadas. Afinal, o que poderíamos ter em comum com tais histórias? Ao nos aprofundarmos, nos identificamos com elas. Por maior que seja a nossa fidelidade ao Senhor, único Deus verdadeiro, ainda somos humanos. Portanto, sujeitos às mesmas fraquezas de Raquel, quando sentindo-se injustiçada e preocupada com o futuro financeiro de seu lar, se dispôs a fazer “ justiça ” com as próprias mãos; assim como somos sujeitos ao mesmo anseio de Mica, por proteção ou alguma bênção material.
E ainda mais, estamos também sujeitos a não enxergar tudo o que acontece em nossa própria casa, debaixo dos nossos olhos, como foi para Jacó e a mãe de Mica (Gn 31.32b; Jz 17.2). Por conseguinte, essa lição é um importante alerta para compreenderem os que, o tempo e os costumes podem mudar, assim como os seus “ ídolos”. Contudo, os temores, fraquezas e concupiscências humanas permanecem as mesmas. Por isso, precisamos vigiar e orar (Mt 26.41), a fim de que nós, e a nossa casa, não caiamos nos perigos da idolatria contemporânea.
C) Sugestão de Método: Antes mesmo de iniciar o tema da lição, peça à classe que liste alguns “ídolos” da atualidade e anote-os no quadro: o Materialismo; a busca pelo poder; a busca desenfreada pela carreira profissional; a busca pelo dinheiro; promoção da própria imagem (física e/ou simbólica); likes nas redes sociais etc. O objetivo é que, ao longo de toda aula, os alunos tenham em mente uma perspectiva ampliada sobre a abrangência e sentido da palavra idolatria.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Como nação santa e sacerdócio real (l Pe 2.9), sobretudo dentro de nossos lares, temos a missão de resistirmos firmes as ciladas do Diabo, aos modelos atuais de idolatria. Para isso, precisamos estar munidos de toda armadura de Deus (Ef 6.11), ensinando aos nossos filhos, não apenas em palavras, mas principalmente com as nossas atitudes.
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 93, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:
1) O texto “Monoteísmo x Politeísmo”, que aprofunda o primeiro tópico, pontua as características antigas e atuais da idolatria, frisando o exemplo do próprio Cristo como método para resistirmos a elas.
2) O texto “O Santuário Particular de Mica”, que destaca o segundo tópico, aprofunda o contexto no qual o efraimita vivia, salientando o perigo a que se sujeitam todos os que relativizam a autoridade absoluta das Escrituras.
Hinos Sugeridos: 41, 71,124 da Harpa Cristã
INTRODUÇÃO COMENTÁRIO
Temos, nesta lição, duas histórias distintas que relatam a convivência com a idolatria dentro de casa. No primeiro caso, temos Raquel, a mulher de Jacó, que sabia que seu marido servia ao Deus de seus pais, e que Ele era, poderoso, invisível e não precisava de ídolos de sua imagem.
Entretanto, Raquel achava-se insegura quanto ao seu futuro. Sentindo-se injustiçada pelo seu pai, que não lhe deu nenhuma herança, nem a ela, nem à sua irmã Leia, resolveu furtar as pequenas estatuetas, ou ídolos de seu pai, que eram os pequenos deuses dentro da casa de Labão.
O segundo caso é o de Mica, um efraimita, que viveu no tempo dos juízes em Israel e que, unindo-se aos danitas, fabricou ídolos e construiu um santuário para eles em sua casa. Nesta lição, veremos as consequências da idolatria dentro de uma casa.
COMENTÁRIO
John Charles Ryle, clérigo e bispo da Igreja da Inglaterra, em 1878, definiu a idolatria assim: “A idolatria é a adoração em que a honra que somente Deus merece e somente a Ele deve ser rendida é entregue a suas criaturas”. Outro escritor definiu idolatria como “a adoração a ídolos que implica tudo aquilo que se coloca no lugar da adoração a Deus”.
Idolatria no meio religioso está entranhada no cotidiano das pessoas. Idolatram o invisível e dão vida a objetos inanimados como figuras e estátuas. Idolatram artistas, atletas de várias categorias, cantores, líderes religiosos, etc. Basta que se diga que alguma coisa é sagrada, ou que se diga que algumas pessoas têm contatos com divindades, para que haja exploração e ilusão oferecida por espertalhões que exploram a fé do povo. Idolatria de pais e mães, de filhos que exerceram algum tipo de influência sobre as pessoas.
A idolatria familiar ou dentro de casa é aquela que faz de pequenas estatuetas, teraphins (no hebraico) — que significa “ídolo familiar” —, pequenos deuses ou divindades na vida de pessoas que desejam coisas que são representadas por esses “teraphins”. Nos dias de Israel, pessoas deixavam de servir ao Deus invisível, o Deus de Israel (Yaveh), e escondiam dentro de suas casas estatuetas de Baalins, Astarotes, Moloc, e outros mais.
A Bíblia sempre condenou qualquer tipo de idolatria de imagens de escultura. Ao profeta Isaías, Deus disse: “Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor, às imagens de escultura” (Is 42.8). Por isso, no Antigo Testamento, quando Israel fabricou e levantou imagens de escultura para adoração, teve a repulsa de Deus e a condenação a tal prática (1Rs 12.26-33; 2Rs 18.4; Am 4.4,5; Os 10.5-8).
Neste capítulo, o foco da nossa atenção é a família e tudo o que possa destruir a unidade familiar nos princípios deixados por Deus. Para tal, iremos nos deparar com a idolatria dentro de casa.
Cabral. Elienai,. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 64-65.
Jacó havia chegado a vários limites. Em primeiro lugar, ele tinha ficado antipático aos olhos de Labão, mediante sua prosperidade desonesta, embora Labão tivesse concordado com o método sugerido por Jacó para dividir os animais (Gên. 30.31 ss.). Em segundo lugar, ele era possuidor de tantos bens que não havia mais necessidade de ficar confinado ao território de Labão. Agora ele queria voltar a sua própria terra e região, Berseba.
Tinham-se passado cerca de vinte anos. Provavelmente, depois desse tempo todo, Esaú não continuaria afagando suas intenções homicidas, a causa pela qual Jacó tivera de ir para 0 exílio (Gên. 27.42 ss.).
Jacó desejava muito uma mudança de área geográfica. A isso Sêneca chamava de “mudança de céu”. Mas insistia em que aquilo de que precisamos é de uma mudança no coração, e não de uma mudança de ares (como nós dizemos). Por outra parte, algumas vezes somos conduzidos a uma diferente área geográfica, visto que nossa missão na vida leva-nos a nossas possibilidades e empreendimentos.
Declarou Paulo a certa altura de sua vida: “Mas agora, não tendo já campo de atividade nestas regiões…” (Rom. 15.23). E assim, ele mudou-se para uma nova área geográfica, a fim de que a sua missão pudesse prosperar em uma nova arrancada.
Se Jacó não foi exatamente um exemplo de “como devemos tratar o próximo”, Labão também não o foi (vs.7). Jacó contava com a ajuda divina para prosperar (vs. 9), bem como de orientação espiritual (vss.11 ss.). Por igual modo, dispunha do apoio de suas esposas em sua intenção de mudar-se de localidade (vs.14-16). De acordo com todas as indicações, era chegado o tempo de ele mudar-se. É grandioso quando Deus nos dá uma orientação clara, e é precisamente isso que devemos pedir Dele, sobretudo quando temos de tomar grandes decisões.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 204.
Palavra-Chave: Idolatria
I – OS ÍDOLOS ENCONTRADOS NA TENDA DE RAQUEL
1- A fuga de Jacó e sua família para a Terra Prometida.
Depois de muitos anos de trabalho para o seu sogro Labão, tendo prosperado muito, Jacó resolveu voltar à terra de seus pais (Gn 31-3,4).
Em função dos ressentimentos que existiam entre ele e seu sogro e, não vendo possibilidade de liberação para viver sua própria vida, Jacó resolveu fugir das terras de Labão, sem falar nada a ninguém. Quando foi descoberta a sua fuga, Labão e seus filhos resolveram ir atrás dele para fazê-lo voltar (Gn 31.22,23).
COMENTÁRIO
Uma das razões da fuga de Jacó e de sua família para fora das terras de Labão foi o seu sucesso na multiplicação do seu rebanho em relação ao rebanho de seu tio. Os filhos de Labão passaram a ter um certo ressentimento contra Jacó, pois eles achavam que a diminuação dos rebanhos de Labão significava prejuízos e, como estavam de olho na herança, isso queria dizer que teriam um espólio menor. Eles reclamaram com o pai, cujo semblante para com Jacó ficou diferente (Gn 31.2).
Jacó sentiu que a hora de voltar para casa estava se aproximando, até que Deus veio a ele e lhe disse: “Torna à terra dos teus pais e à tua parentela, e eu serei contigo” (Gn 31.3). Jacó reuniu as esposas e falou com elas sobre a intenção de voltar à sua terra.
Depois de muitos anos de trabalho para o seu sogro Labão, ou seja, 14 anos por suas duas esposas e mais 6 anos equivalendo a 20 anos de trabalhos, tendo prosperado muito, Jacó decidiu voltar à terra de seus pais. Em função dos ressentimentos que já existiam e não vendo possibilidade de liberação para viver sua própria vida, Jacó resolveu fugir das terras do seu sogro sem falar nada a ninguém. Quando foi descoberta a fuga, Labão e seus filhos resolveram ir atrás com intenção homicida ou de fazê-los voltar.
Cabral. Elienai,. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 67-68.
Torna à terra de teus pais. As raízes de Jacó estavam-no chamando. Um novo propósito precisava ter início. Padã-Arã não podia continuar servindo de palco para o drama sagrado. Era mister que houvesse um novo palco. É um bem conhecido fenômeno psicológico que as pessoas de mais idade, ao ingressarem no último ou nos últimos ciclos de sua vida, desejem voltar para casa. Algumas vezes as circunstâncias permitem isso; outras vezes, não.
E à tua parentela. Ver Gên. 12.1; 24.4,7. No caso de Jacó, provavelmente os que estavam em Berseba. A família patriarcal tinha-se instalado naquela área em geral, mas havia outros membros da família em outros lugares, porquanto viviam como seminômades.
Jacó precisava de encorajamento. Ia enfrentar uma mudança drástica em sua vida. As pessoas de mais idade sentem maior dificuldade em dar início a coisas novas. Deixam-se envolver por muitos temores e ansiedades.
E eu serei contigo. Se partires, Esaú não te prejudicará. Labão não te poderá impedir. Farás uma viagem segura de retorno. E chegando lá, prospera- rãs. Terás uma nova vida de utilidade e bênção. Abençoarás outros e serás abençoado por outros. Nada perderás com essa mudança. Bem pelo contrário, tudo redundará para teu bem, e de todos quantos estiverem em tua companhia.
Jacó lembrou-se dessa mensagem, “eu serei contigo”, quando, finalmente, precisou enfrentar Esaú (Gên. 32.9). Ele temera inutilmente. Esaú acolheu-o de braços abertos e com amor fraterno. O tempo havia curado a ferida.
Lia e Raquel São Consultadas. Jacó havia recebido uma clara orientação divina. Agora, estava preparando-se para partir. Jacó enviou um filho (os Targuns dizem que foi Naftali), ou um servo, para convocar as suas duas esposas. Os três tinham estado juntos por longo tempo. Jacó não haveria de fazer a mudança sem primeiro consultar-se com elas.
Elas eram vitais em sua vida. Ninguém da família imediata seria deixado para trás. “Jacó, como homem prudente que era e marido afetuoso, pensou que seria apropriado dar a conhecer às suas esposas o que estava sucedendo, avisando-as, de modo a nem deixá-las subitamente nem levá-las pela força” (John Gill, in loc.).
O Apelo de Jacó Ressaltou Três Pontos. 1. Labão tinha mudado de atitude para com Jacó, 0 que era causa de desconforto (vs.5). 2. Labão tinha se mostrado repetidamente injusto em seus acordos com ele vs.3. Jacó recebera recentemente uma orientação de Deus (vs.11).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 204-205.
Por direção divina e sob a proteção de uma promessa: E disse o Senhor a Jacó: Torna à terra dos teus pais e à tua parentela, e eu serei contigo, v. 3. Embora Jacó tenha enfrentado um costume muito difícil aqui, ele não abandonaria o seu lugar até que Deus lhe ordenasse. Ele chegou ali por ordens vindas do céu, a ali ele permaneceria até que recebesse ordem para voltar.
Observe que é o nosso devei’ nos colocarmos de prontidão, e será o nosso consolo vermos a nós mesmos sob a direção de Deus, tanto na nossa saída como na nossa entrada. A instrução que Jacó teve do céu é mais plenamente narrada no relato que ele apresenta, a esse respeito, às suas mulheres (v. 10-13), onde lhes conta sobre um sonho que havia tido sobre um gado, e do extraordinário aumento dele em função de sua cor.
E como o anjo de Deus, neste sonho (pois acredito que o sonho mencionado no versículo 10 seja o mesmo do versículo 11), notou as operações de sua imaginação em seu sono, e o instruiu, de forma que não foi por acaso, ou por sua própria esperteza, que ele obteve aquela grande vantagem. Mas:
Pela providência de Deus, que havia notado as dificuldades que Labão colocava para Jacó, e usou esta maneira para recompensá-lo: “Porque tenho visto tudo o que Labão te fez, e aqui a isso observo”.
Observe que há mais igualdade nas distribuições da providência divina do que estamos cientes, e por elas os ofendidos são realmente recompensados, embora não se perceba isso. Também não foi apenas pela justiça da providência que Jacó enriqueceu, mas:
o cumprimento da promessa sugerida nas palavras do versículo 13: Eu sou o Deus de Betei. Este foi o lugar onde a aliança foi renovada com ele. Observe que a prosperidade e o sucesso terrenos são duplamente doces e confortáveis quando as vemos fluindo, não da providência comum, mas da aliança de amor, para trazer a misericórdia prometida – quando a temos da parte de Deus, como o Deus de Betei, das promessas da vida que agora pertencem à piedade.
Mesmo tendo esta perspectiva esperançosa de se tornar rico com Labão, Jacó tinha que pensar em voltar. Quando o mundo começa a sorrir para nós devemos nos lembrar de que este não é o nosso lar.
HENRY. Matthew. Comentário Bíblico Matthew Henry. Deuteronômio. Editora CPAD. 4 Ed 2004. pag. 156-157.
2- Labão descobre o furto de seus ídolos domésticos.
Labão era homem idólatra e possuía pequenos deuses no interior de sua casa para os quais ele orava e pelos quais acreditava ser ajudado. Eram, na verdade, “terafins” fabricados de madeira, pedra ou barro, cujas imagens eram veneradas e adoradas como amuletos para proteção familiar e pessoal. Quem os possuísse, também tinha o direito à herança.
Quando Raquel percebeu que seu pai não lhe daria herança alguma, ela furtou os ídolos dele (Gn 31.19). Ao chegar no acampamento de Jacó, Labão indagou-lhe a respeito dos seus ídolos e não os encontrou porque Raquel os escondera na “albarda de um camelo” e se sentou sobre eles (Gn 31.34).
COMENTÁRIO
Labão era homem idólatra e possuía pequenos deuses no interior de sua casa, para os quais orava e acreditava ser ajudado. Eram, na verdade, “teraphins” fabricados com materiais como madeira, pedra ou barro. Essas imagens eram veneradas e adoradas como amuletos para proteção familiar e pessoal. Esses ídolos caseiros, conforme a crença pagã da época, conferia o direito à herança.
Quando Raquel percebeu que não receberia herança alguma, ela furtou os ídolos de seu pai (Gn 31.14,15). Em Israel não se admitia que um israelita deixasse de confiar em Deus, o Deus de Israel, para confiar num “teraphim” (2 Rs 23.24; Os 3.4). Labão, ao descobrir a falta de seus ídolos, saiu com seus filhos em busca de Jacó e o encontrou.
Cabral. Elienai,. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 68-69.
O Furto dos Terafins. Por que nós deveríamos admirar de que a família de Labão ainda estivesse envolvida em alguma forma de idolatria? Muitos cristãos de hoje praticam a idolatria, e têm muito mais luzes que a família de Terá. O trecho de Jos. 24.2 mostra-nos que Terá era idólatra. O próprio Abraão quase se envolveu em um sacrifício humano (Gên. 22).
Estamos tratando aqui com antigas formas religiosas que dificilmente podem satisfazer os padrões cristãos modernos. Antigos intérpretes judeus tentaram limpar o texto dizendo que Raquel furtou as imagens a fim de livrar da idolatria a casa de seu pai, mas isso não faz sentido. Ela pode ter crido que a adivinhação, mediante consulta aos ídolos, poderia ajudar Labão a seguir os fugitivos. Mas, sem dúvida, mais do que isso esteve envolvido.
Os ídolos do lar. Eram imagens de escultura, feitas em honra a diversas divindades, deuses da lareira, tal como hoje as pessoas põem ídolos em nichos, em suas casas. No vs. 30 são chamados deuses (no hebraico, eiohai). I Samuel 15.23 condena essa prática. Mas se a família de Labão ainda se apegava a essas práticas idólatras, também tinha consciência da adoração a Deus, conforme se vê em Gên. 24.50.
Uma parte dessa tradição em torno dos ídolos do lar ou terafins era que a sua posse garantia a transmissão da herança paterna ao possuidor. Logo, as imagens passavam de pai para filho, na linhagem da herança. Se assim realmente sucedia, é difícil ver como Raquel poderia ter esperado garantir a herança para Jacó, visto que Labão tinha tantos filhos. Ademais, no vs. 14 deste capítulo lemos que Raquel e Lia não esperavam receber nenhuma herança, sendo elas mulheres.
Parece mais provável que Raquel cresse na eficácia de orações e ritos realizados diante dessas imagens, e quisesse a proteção e os benefícios que (aiegadamente) esses terafins poderiam conferir. Tais ídolos eram postos nos lares a fim de protegê-los e trazer-lhes prosperidade. Algumas dessas imagens eram figurinhas representando deidades; outras tinham formato humano; algumas talvez fossem os signos do zodíaco; talvez algumas fossem usadas para efeito de adivinhação. O fato é que muitas pessoas as adoravam.
Os tabletes de Nuzi (século XV A. C.), associam esses ídolos do lar aos direitos de herança, mas não é provável que Raquel pensasse que eles pudessem garantir a herança para Jacó.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 206.
A fuga de Jacó (31.17-21). Jacó fugiu de forma prudente, pois Labão estava tosquiando suas ovelhas a três dias de viagem, e fugiu sem avisar porque imaginava que, do contrário, não poderia sair.
Na fuga, levou consigo seus filhos, suas mulheres, todo o seu gado e todos os seus bens, retornando à terra de seus pais por ordem divina e indo para Isaque, seu pai.
LOPES. Hernandes Dias. Gênesis, O Livro das Origens. Editora Hagnos. 1 Ed. 2021.
3- Raquel usa a mentira para esconder o ídolo.
Raquel sentou-se sobre os ídolos para que Labão não os encontrasse. Ela usou a justificativa de que estava no período menstrual para não se levantar de cima do camelo e, consequentemente, para seu pai não encontrar os ídolos ali (Gn 31-35).
Fica claro que, embora Labão acusasse Jacó de roubá-lo, foi sua filha Raquel que furtou seus ídolos e, por isso, o enganou; e Labão não encontrou os seus ídolos. Esse episódio gerou uma grande discussão entre Jacó e o seu sogro (Gn 31.36).
COMENTÁRIO
Jacó não sabia que Raquel havia furtado os ídolos e levado consigo de modo secreto. Antes que Labão entrasse na tenda de Raquel, ela astutamente tomou os pequenos ídolos e os escondeu na “sela de um camelo” (Gn 31.34, NVI).
Na verdade, Raquel acreditava que aqueles pequenos ídolos eram uma garantia de que um dia ela e sua irmã receberiam a herança que o seu pai havia se apossado. Imaginemos uma casa cujo líder serve a Deus, mas a esposa ainda tem o coração preso aos deuses inertes, que nada podem fazer. Paulo disse à igreja de Corinto que “ídolo” é coisa vã e inútil. Quando se coloca qualquer coisa no lugar de Deus, significa que abrimos a porta para que demônios tenham acesso à vida da família para enganar as pessoas (1Co 10.19,20).
Quantos cristãos idolatram o dinheiro e colocam-no acima das coisas do Reino de Deus. Jesus ensinou que “ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mt 6.24). Existem crentes que escondem o seu ídolo particular e cometem pecados ocultos, imaginando que ninguém vê, mas ninguém engana a Deus (Sl 19.12; Mc 4.22). Raquel fingia servir ao Deus de seu marido, mas tinha um lugar para seus ídolos familiares.
Cabral. Elienai,. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 69-70.
Raquel Era a Culpada. Isso já tinha sido adiantado no vs. 19. Ela tinha posto os terafins debaixo de sua sela, o que mostra quão pequenos eram esses objetos. Alguns eruditos veem nessa circunstância uma prova de que Raquel dificilmente veneraria tais ídolos. Alguém se sentaria sobre os seus próprios deuses? Mas o fato de que se dera ao trabalho de furtá-los mostra que os tinha em alta conta, talvez por razões religiosas, e não só por causa de uma questão de herança. Ela fez o que sentiu ser melhor para ocultar o furto, e o relato mostra que ela usara de grande astúcia.
Não poder eu levantar-me. As palavras “as regras das mulheres” são um eufemismo para a menstruação, 0 que, posteriormente, tornava uma mulher impura, de acordo com as leis cerimoniais (Lev. 15.19-23). De acordo com essa lei, também se tornava imunda qualquer coisa em que uma mulher se sentasse. Raquel adicionou uma mentira ao furto, e agiu de forma pragmática. “A verdade é aquilo que dá certo, aquilo que funciona. Labão continou em sua busca, mas a mentira de Raquel impediu que ele fizesse sua busca exatamente onde estavam os terafins. Raquel fizera o possível para cumprir 0 seu desígnio. Uma de minhas fontes informativas diz que, com aquele ato contaminador, ela “reduzira a nada” os ídolos. Mas na verdade já “não valiam nada”, pois não eram mesmo divindades.
É provavelmente verdadeiro que Labão não forçou Raquel a levantar-se, porque não suspeitaria jamais que ela teria sujeitado os deuses a uma tão grande humilhação. Ela não os tinha furtado para livrar Labão da idolatria, nem para impedir que ele os usasse em suas adivinhações para descobrir a rota da fuga (embora essa possa ter sido uma das razões). O mais provável é que os tenha furtado por querer ficar com a herança de seu pai. Além disso, porém, compartilhando de ideias idólatras, ela queria ter qualquer benefício que lhe provesse segurança, proteção e prosperidade, as razões mesmas pelas quais Labão tinha adquirido os terafins.
Então se irou Jacó. Era uma justa indignação. O temor de Jacó agora era substituído por uma justa indignação. Sua resposta foi uma tirada de indignação. Seu discurso ocupa nada menos que sete versículos. Pessoas que leem queixas sempre trazem à lume o passado. Ele passou em revisão a excelente qualidade de seu trabalho e sacrifício, bem como a mesquinhez de Labão.
O que estava sufocado em sua garganta, por todos aqueles vinte anos, enquanto ele sofria por causa dos atos abusivos de Labão, agora era posto para fora como um vômito. Mas a despeito das palavras duras de Jacó, Labão não mudou de mente. “Um homem convencido contra a própria vontade continua com a mesma opinião”, conforme diz um antigo dito popular. E o vs. 43 mostra-nos que Labão não mudara de opinião. Por outra parte, a situação era irremediável, tanto que Labão preferiu partir para a assinatura de um solene pacto.
Qual é a minha transgressão? As pessoas costumam interpretar de maneiras diferentes as mesmas evidências. Jacó havia servido longa, dura e sacrificialmente a seu tio. Ele havia levado consigo os frutos de seu labor. Portanto, ele nada havia furtado.
O vs. 43 mostra-nos que Labão não concordava com isso. Tudo quanto se podia ver naquele dia, como as mulheres, os animais, os bens etc., Labão considerava seu. Não havia como conciliar os dois pontos de vista, o de Jacó e o de Labão. Eles não acreditavam nas mesmas coisas, nem ao menos pensavam da mesma maneira.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 208.
Labão chama Jacó de ladrão (31.30-35). Ele acusa o genro de ter furtado seus deuses (31.30). Quão tolo é um homem cujos deuses podem ser roubados! À primeira acusação, Jacó responde que fugiu por medo: […] tive medo; pois calculei: não suceda que me tome à força as suas filhas (31.31). Jacó sabia do que Labão é capaz, por isso não subestimou o poder de seu sogro de fazer o mal. Fica claro, portanto, que ele está agindo ainda de acordo com seus métodos, pois foge justamente porque teme e porque não crê que Deus é poderoso para cumprir Sua vontade, engendrando, assim, seus próprios planos.
À segunda acusação, Jacó responde com o conforto de uma boa consciência (31.32-35). Derek Kidner diz que a venturosa ignorância de Jacó torna insuportavelmente tensa a procura e o seu contra-ataque, devastador.
Ele é acusado inocentemente, embora Raquel, sua mulher amada, seja culpada, visto que roubou e escondeu os deuses de seu pai, os ídolos do lar, na sela de um camelo. Labão vasculhou a tenda de Jacó, de Lia, das servas e, por fim, a tenda de Raquel, porém esta, assentada na sela onde estavam escondidos os ídolos do lar, cobre-os com sua saia e, dizendo-se menstruada, pede ao pai permissão para não se levantar (Lv 19.32).
Nenhum homem podia chegar perto de uma mulher no seu período de impureza; além disso, o que ela usava para sentar ou deitar também era impuro (Lv 15.19-23); sendo assim, Labão não podia fazer a busca na sela de Raquel, e também não haveria mais motivo para ele fazer isso, pois seria impossível que seus terafins estivessem impuros ou profanados. Waltke, analisando esse episódio, diz que o contraste entre o Deus de Jacó e os ídolos de Labão é risível (Is 46.1,2). Esse relato contém um veredito severo sobre a nulidade desses deuses que nada podem fazer por si mesmos nem em favor de seus adoradores, tendo em vista que uma mulher em sua impureza sentou-se sobre os deuses de Labão!
LOPES. Hernandes Dias. Gênesis, O Livro das Origens. Editora Hagnos. 1 Ed. 2021.
SINOPSE I
Diante do engano de Labão contra Jacó, subtraindo bens da herança das próprias filhas, Raquel furtou os ídolos do pai e mentiu para acobertar sua tentativa de fazer “justiça com as próprias mãos”.
AUXÍLIO VIDA CRISTÃ
MONOTEÍSMO X POLITEÍSMO
“O monoteísmo, a crença em um único Deus, era uma característica da religião hebraica. As antigas religiões eram politeístas, ou seja, cultuavam muitos deuses. Mas o Deus de Abraão, Isaque e Jacó é o Criador e Senhor de toda terra, o único e verdadeiro Deus. Saber isto era importante para Israel, pois a nação estava prestes a entrar em uma terra cujos habitantes criam em muitos deuses.
Tanto naquela época como hoje, existem os que preferem colocar sua confiança em muitos “ deuses” diferentes. Mas chegará o dia em que Deus será reconhecido como o único. Ele será Rei sobre toda a terra (Zc 14.9). […] O Diabo ofereceu o mundo inteiro a Jesus, desde que Ele ‘apenas’ se ajoelhasse e o adorasse (Mt 4.8-10).
Hoje, o Diabo nos oferece o mundo, tentando envolver-nos pelo materialismo, na busca pelo poder. Podemos resistir às tentações do mesmo modo que Jesus fez. Se você almeja algo que o mundo oferece, cite as palavras de Jesus ao Diabo: ‘Ao Senhor, teu Deus adorarás e só a Ele servirás” ’ (Bíblia de Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, PP- 240,1220).
II – UM SANTUÁRIO DE DEUSES NA CASA DE MICA
1- A idolatria e o caráter antiético de Mica (Jz 17.1-4).
Apesar de um nome especial cujo significado é: Quem é como o Senhor nosso Deus?, Mica não correspondia à importância do nome que tinha porque não honrava a Deus em sua vida.
Ele tinha uma família, embora o relato bíblico não cite a sua esposa; sua mãe vivia com ele e era muito rica. O povo que vivia na região montanhosa de Efraim tinha se corrompido por causa da idolatria. Havia em Israel, de modo geral, um abandono total aos mandamentos da lei de Moisés (Jz 8.27) em que o povo de Israel aderiu a um sincretismo religioso que implicava uma apostasia total.
Além do abandono da lei do Senhor, as famílias começaram a adotar esse sincretismo religioso dentro de suas próprias casas, admitindo “ ídolos caseiros” para os quais faziam culto e adoravam com o objetivo de obter favores materiais. Os valores morais e éticos foram abandonados e Mica era fruto dessa corrupção moral. Por isso, não foi difícil para ele roubar a própria mãe.
COMENTÁRIO
Mica tinha um nome cujo significado era: “Quem é como o Senhor nosso Deus?”, mas o personagem não correspondia à importância do nome que tinha, porque ele não honrava a Deus em sua vida.
Mica, na verdade, era um mau caráter. O caráter de uma pessoa é formado por traços morais que determinam o seu modo de agir e reagir. Um homem que fingia servir a Deus, mas era, de fato, um elemento nocivo e insensível com as coisas espirituais. Imaginem que, naquela época, as tribos de Israel agiam com independência e sem nenhum compromisso com as leis de Deus. Cada um fazia o que parecia direito a seus olhos (Jz 17.6), e não havia ninguém para dirigir a vida do povo de Israel. Israel era uma nação que não conhecia ao Senhor e, por esse motivo, começou a absorver os costumes e a idolatria das nações pagãs (Jz 2.10-13).
Mica tinha uma família, embora na história não se fale da esposa, e se deduz que sua mãe vivia com ele e era muito rica. A região montanhosa de Efraim e o povo que ali morava tinha se corrompido por causa da idolatria. Havia em Israel, de modo geral, um abandono total aos mandamentos da Lei de Moisés (Jz 8.27), aderindo a um sincretismo religioso que implicava a apostasia do povo de Israel. Além do abandono da Lei do Senhor, as famílias começaram a adotar esse sincretismo religioso dentro de suas próprias casas, admitindo “ídolos caseiros”, com os quais faziam culto e adoração para obter favores materiais e físicos. Os valores morais e éticos foram abandonados, e Mica era o fruto dessa corrupção moral. Por isso, não foi difícil para ele roubar a própria mãe.
Cabral. Elienai,. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 70-71.
Um homem… cujo nome era Mica. No Dicionário, vemos que sete pessoas tiveram esse nome. O Mica deste trecho é o primeiro da lista. Ali dou detalhes sobre esse homem, pelo que não repito aqui os informes. No hebraico, esse apelativo significa “quem é como Yahu (Yahweh)?”.
Um santuário rival e herético tinha sido estabelecido no território de Dã. Contudo, um sacerdote levítico oficiava ali. E o propósito principal do relato à nossa frente é de natureza teológica. A apostasia dos danitas foi típica da confusão, tanto religiosa quanto civil, dos dias dos juízes. Ver a introdução a este capitulo, anteriormente. No artigo referido, são dados os detalhes atinentes à situação inteira.
Região montanhosa de Efraim. (Ver Juí. 2.9.) Ocorreram desvios idólatras que violavam o segundo mandamento da lei de Moisés. Cf. Juí. 8.27; Miq. 1.7; I Reis 12 e 13. Yahweh estava sendo cultuado, mas com o acompanhamento de ídolos e através de um sacerdócio não-autorizado. Era uma situação própria do sincretismo, que de modo algum se harmonizava com a legislação mosaica.
Os mil e cem siclos de prata. Mica confessou à sua mãe que havia roubado dela aquela importância. Um siclo de prata representava o salário de um trabalhador dos campos por um mês, e isso significa que a soma era bastante alta. Mica não havia resistido à tentação de roubar sua própria mãe!
Mica arrependeu-se e confessou o seu pecado. Sua mãe tinha invocado uma maldição contra o ladrão, sem saber de quem se tratava. Os israelitas antigos levavam muito a sério as bênçãos e as maldições, supondo que o poder divino estava por trás de ambas as coisas. Parte da mudança de atitude mental de Mica devia-se ao temor. Ele tinha escondido dinheiro amaldiçoado e poderia sofrer pragas da parte de Yahweh, como algum acidente, morte prematura, reversão financeira, ou ele mesmo poderia ser roubado por outros etc.
Quando a mãe de Mica ouviu a confissão do filho, tentou contrabalançar sua maldição anterior por meio de uma bênção. Mas então ela mesma caiu sob a maldição de Yahweh, tendo usado a prata para fabricar imagens de escultura (vs. 4). De acordo com a noção da mãe de Mica, Yahweh poderia ser adorado por meio daquelas imagens; e o próprio Yahweh, presumivelmente, seria honrado mediante a idolatria (vs. 4).
A Maldição de uma Mãe. Essa maldição era tida como especialmente eficaz (ver Eclesiástico 3.9-11). “A maldição de uma mãe desarraiga os fundamentos.” Por uma estranha coincidência, a soma foi igual àquela prometida a Dalila, a fim de trair a Sansão (ver Juí. 16.5). A mãe de Mica era, sem dúvida, uma boa negociante, porquanto tinha conseguido acumular uma quantia em dinheiro incomum para uma mulher. Aquela mulher notável havia proferido uma terrível maldição contra o próprio filho, não sabendo que ele havia sido o ladrão.
De minha mão dedico este dinheiro ao Senhor. Conforme as coisas acabaram sucedendo, o dinheiro foi dedicado a Yahweh. Por sua ignorância, a devoção daquela mãe a Yahweh assumiu um aspecto idólatra, visto que ela resolveu fazer imagens de prata, vinculadas ao culto do Deus de Israel. Ao que parece, aquele tinha sido o intuito inicial daquela prata, desde o começo; e, agora que o material roubado havia sido restituído, o plano foi posto em execução.
“A religião plenamente madura de Israel proibia o uso de imagens fundidas e de escultura (ver Êxo. 20.4,23; 34.17), mas parece claro que houve círculos nos quais essas imagens chegaram a ser usadas. Essas leis eram desconhecidas de algumas pessoas” (Oxford Annotaled Bible, comentando sobre o primeiro versículo deste capítulo). Talvez seja generosidade demasiada supor que a lei mosaica não foi divulgada por todo o território de Israel, e que houve espaço para a adoração a Yahweh ser efetuada por meio de ídolos. Seja como for, isso aconteceu. A maior parte dos intérpretes lança a culpa à “decadência universal”, e não à ignorância, da religião de Israel, como explicação de incidentes assim.
“A tentação em relação à idolatria é muito forte no coração humano, especialmente entre povos simples e primitivos. Deus parece extremamente vago para eles, a menos que haja algum símbolo, como um quadro ou uma imagem! Todavia, esse anelo não é inteiramente destituído de valor. Pois leva os homens a edificar santuários e catedrais, que incorporam os mais nobres sonhos e os mais notáveis talentos do gênero humano… (contudo, por causa disso, os homens sucumbem diante da idolatria). O ídolo de Mica revela-nos o que deve ter sido uma prática comum e aceita em muitos lares israelitas” (Phillips P. Elliott, in loc.).
Tomou duzentos siclos de prata, e os deu ao ourives. Ver no Dicionário o artigo intitulado Ourives. Essa ocupação figurava entre as antigas profissões e atividades humanas.
A imagem ou as imagens foram feitas com os duzentos siclos de prata. Mas nada nos é dito acerca dos restantes novecentos siclos de prata. No mínimo, por algum tempo, a mulher guardou aquele dinheiro, e é possível que parte tenha sido investida no culto que ela acabou criando (ver o próximo versículo). E, sem dúvida, outra parte tornou-se seu “fundo de aposentadoria”.
Há uma curiosa história paralela a esta, no relato do assassinato de Sir John Hawle. O homicídio teve lugar na abadia de Westminster. Seus assassinos pagaram, como penitência, uma polpuda soma em dinheiro; e esse dinheiro foi gasto na manufatura de uma imagem muito dispendiosa, que foi posta na capela de Santo Erasmo!
E a imagem esteve em casa de Mica. O culto estranho começou na casa de Mica, mas não demorou a desenvolver-se sob forma mais elaborada (conforme se vê no versículo seguinte). E foi assim que a idolatria cresceu e floresceu, e tudo feito no nome de Yahweh! E isso tem prosseguimento até os nossos próprios dias, dentro das igrejas cristãs.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1068-1069.
Confusão no lar (Jz 17:1-6)
Deus estabeleceu três instituições na sociedade: o lar, o governo humano e a comunidade de adoração – Israel, sob a antiga aliança, e a igreja, sob a nova aliança. A primeira delas, tanto em ordem de criação quanto em relevância, é o lar, pois constitui a base da sociedade. Quando Deus uniu Adão a Eva no jardim, lançou os alicerces para as instituições sociais que a humanidade viria a construir. Quando esses alicerces desmoronam, a sociedade começa a desintegrar.
“Ora, destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?” (Sl 11:3).
O nome Mica quer dizer “quem é como Jeová?”, mas por certo o homem não viveu de modo a honrar o Senhor. Era um homem de família (Jz 17:5), apesar de o texto não dizer coisa alguma sobre sua esposa e de termos a impressão de que sua mãe vivia com ele e era rica. Em Israel, era comum a “parentela” viver junta.
Alguém roubou 1.100 ciclos de prata da mãe de Mica, e ela proferiu uma maldição sobre o ladrão sem saber que estava amaldiçoando o próprio filho. Foi o medo da maldição, não o temor do Senhor, que levou o filho a confessar o crime e devolver o dinheiro.
Satisfeita, a mãe neutralizou a maldição ao abençoar o filho. Num gesto de gratidão pela devolução do dinheiro, ela consagrou parte da prata ao Senhor e mandou confeccionar um ídolo. Seu filho acrescentou a imagem à “coleção de ídolos” em sua casa, um “santuário” sob os cuidados de um dos filhos de Mica, o qual ele havia consagrado como sacerdote.
Você já viu família mais espiritual e moralmente confusa do que essa? Conseguiram quebrar quase todos os dez mandamentos (Êx 20:1-1 7) sem, no entanto, sentir qualquer culpa perante o Senhor! Na verdade, acreditavam que, com todas essas coisas estranhas que faziam, estavam servindo ao Senhor!
WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. II. Editora Central Gospel. pag. 156.
2- A abominação de Mica (Jz 17.5).
Mica havia construído em sua casa um santuário para pequenos deuses, ou seja, “terafins”. A Escritura diz: “E tinha este homem, Mica, uma casa de deuses, e fez um éfode e terafins, e consagrou a um de seus filhos, para que lhe fosse por sacerdote” (v.5).
Mica havia roubado a própria mãe, sem que ela soubesse. Ele levou consigo 1.100 siclos de prata, equivalente a 13 quilos do metal. Visto que sua mãe não sabia que era o seu próprio filho quem a furtara, ela lançava maldições sobre o ladrão (Jz 17.2).
Temendo sofrer com a maldição da mãe, Mica foi à casa dela e confessou seu pecado e a restituiu completamente todo o dinheiro: “Porém, ele restituiu aquele dinheiro à sua mãe” (Jz 17.4). Sua mãe retirou a maldição e tomou parte do dinheiro e o deu ao ourives para que fizesse imagens de escultura para a casa de Mica.
COMENTÁRIO
Logo após Sansão ter sido sepultado no sepulcro de seu pai, Manoá, entre Zorá e Estaol (Jz 16.31), surge, então, um personagem chamado Mica, que veio das montanhas de Efraim. Ele era um mau caráter e não servia a Deus. A Palavra de Deus em Juízes 17.5 diz que: “E tinha este homem, Mica, uma casa de deuses, e fez um éfode e terafins, e consagrou a um de seus filhos, para que lhe fosse por sacerdote”.
Em tempos passados, Mica havia roubado a própria mãe, ele havia furtado 1.100 siclos de prata, equivalente a 13 quilos do metal. Visto que sua mãe não sabia que era o seu próprio filho quem havia feito o roubo, diariamente aquela mulher lançava maldições sobre o ladrão.
Temendo sofrer com a pragas proferidas, Mica confessou seu pecado e “restituiu aquele dinheiro a sua mãe” (Jz 17.4). Sua mãe retirou a maldição e deu parte do dinheiro ao ourives para que este fizesse imagens de escultura para a casa de Mica.
Cabral. Elienai,. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.
pag. 71-72.
Consagrou. Literalmente, o hebraico diz “encheu as mãos”. O sentido dessa expressão liga-se ao fato de que um sacerdote recebia, pela primeira vez, em suas mãos, uma oferenda para apresentar ao Senhor. Ver Êxo. 28.41; 29.24; Lev. 7.37.
Um dos filhos de Mica recebeu, pela primeira vez, os emblemas que o consagraram sacerdote. Alguns estudiosos supõem que a própria casa de Mica tenha sido transformada em sede de seu santuário aberrante. Talvez ele tenha feito acréscimos à sua casa, a fim de acomodar o culto.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1069.
A mãe de Mica quebrou os dois primeiros mandamentos ao confeccionar um ídolo e incentivar o filho a manter em casa um santuário particular. De acordo com Deuteronômio 12:1-14, deveria haver somente um lugar de adoração em Israel, e o povo não tinha permissão de possuir os próprios santuários particulares. Além disso, na verdade, a mãe de Mica não tratou dos pecados do filho e, por certo, o caráter dele não mudou para melhor depois que ela lidou com a situação. Mas o que poderia se esperar, uma vez que ela mesma também era uma pessoa corrupta?
WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. II. Editora Central Gospel. pag. 157.
3- Mica tinha uma casa de deuses (Jz 17.5,6).
Pelo contexto bíblico, a família de Mica era de judeus, mas, desviada da fidelidade a Deus, servia aos falsos deuses representados por pequenos ídolos, chamados “terafins”. Mica e seus familiares afirmavam estar servindo, também, ao Deus de Israel. Entretanto, naquele período histórico do tempo dos juízes, “cada um fazia o que lhe parecia certo ” (Jz 17.6).
Por conta própria, e depois de ter seus “ terafins” em casa, Mica resolveu, também, mandar fazer um “éfode” que era utilizado somente pelo sumo sacerdote israelita, e o entrega a seu filho, separando-o para ser sacerdote na sua casa. Depois aparece um levita que não tinha onde morar e Mica o convida a viver em sua casa e tornar-se o sacerdote da família, pelo Deus de Israel (Jz 17.9).
Essa mistura de divindades falsas estava presente na casa de Mica. Todos quantos chegassem à sua casa encontrariam “ o deus” que desejassem invocar. Infelizmente, um homem da tribo de Efraim, que deveria honrar o Deus de seu povo, que o libertou do Egito, agora se encontra comprometido com ídolos de uma religião pagã.
COMENTÁRIO
A mãe de Mica não só perdoou o filho, como também recebeu todo o dinheiro e separou um montante para fabricar uma imagem de escultura para fazer parte do santuário daquela casa. É lamentável que a família de Mica era de judeus, que haviam se afastado de Deus e que agora serviam aos falsos deuses. Mica e seus familiares afirmavam estar servindo ao Deus de Israel, contudo devotavam aos vários ídolos dentro de casa. Mas, como já dito, naquele período histórico do tempo dos juízes, “cada qual fazia o que parecia direito aos seus olhos” (Jz 17.6).
Em sua mente libertina, sem o menor escrúpulo espiritual, Mica teve a ousadia de mandar fazer um “éfode”, que era utilizado somente pelo sumo sacerdote israelita. O éfode era, de fato, um manto litúrgico usado apenas pelo sacerdote, e Mica toma a seu filho e o separa para ser sacerdote na sua casa. Depois, na história, aparece um levita que não tinha onde morar, e Mica o convida para residir em sua casa e tornar-se o sacerdote da sua família (Jz 17.7-13).
Mica tinha a sua casa cheia de deuses, ou pequenas divindades caseiras. Eram deuses domésticos de tamanhos diferentes que davam ao possuidor uma falsa ideia de prosperidade, de cura física, de solução de crises domésticas e outras coisas mais.
Cabral. Elienai,. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 72-73.
Veio a ter uma casa de deuses. É provável que na casa de Mica houvesse seu ídolo particular, além de outros, formando uma “casa de deuses”. Tudo começou como uma religião doméstica, mas agora Mica já se estava tornando o sumo sacerdote de um culto novo.
Ele contava com uma “estola”, provavelmente em imitação ao culto efetuado nos tabernáculos, e também tinha ídolos (terafins). Ver no Dicionário os verbetes denominados Estola e Terafins, quanto a detalhes completos sobre esses itens. É perfeitamente possível que parte dos novecentos siclos de prata restantes tenha sido investida no desenvolvimento desse culto.
A mãe de Mica “sustentava” financeiramente a religião sincretista de Mica. Apesar de todas as proibições da lei mosaica, o uso de terafins continuou durante a maior parte da história de Israel. A chamada “religião popular” nunca desaparece, a despeito das restrições eclesiásticas. Ver II Reis 23.34; Êxo. 21.26; Osé. 3.4 e Zac. 10.2.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1069.
Mica consagrou um dos seus filhos, provavelmente o mais velho, para ser seu sacerdote. E, após ter erguido uma imagem de escultura e de fundição para representar o objeto da sua adoração, não é de admirar se um sacerdote levantado por ele fosse o responsável dessa casa.
Não lemos nada a respeito de altar, sacrifício ou incenso em honra a esses deuses de prata, mas, havendo um sacerdote, é provável que tudo isso fazia parte, a não ser que, no início, seus deuses tinham a função somente de servirem como conselheiros, não para serem adorados, como os terafins de Labão. Mas, o início da idolatria, como de outros pecados, é como o soltar as águas: romper a represa e trazer uma inundação. Aqui começou a idolatria, e ela se espalhou como uma lepra contagiosa.
O Dr. Li-ghtfoot chamou a nossa atenção para o fato de que 1.100 moedas de prata foram consagradas para fazer um ídolo, o que desgraçou a religião, especialmente na tribo de Dã (como veremos em seguida), à qual pertencia Sansão, do mesmo modo, 1.100 moedas de prata foram dadas por cada príncipe filisteu para destruir Sansão.
HENRY. Matthew. Comentário Bíblico Matthehw Henry. Deuteronômio. Editora CPAD. 4 Ed 2004. pag. 174.
SINOPSE II
Imerso em um período de abandono à Lei de Deus e sincretismo religioso em Israel, Mica comete uma série de abominações, enraizada na idolatria e no politeísmo pagão.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
O SANTUÁRIO PARTICULAR DE MICA
“Somos primeiramente apresentados a uma família que vive no território de Efraim, cujo filho Mica roubara 1.100 peças de prata de sua mãe. […] A restituição promovida por Mica não foi por arrependimento voluntário, mas porque sua mãe lançara maldições contra o ladrão, e um homem bastante supersticioso certamente temeria manter para si um ganho obtido desonestamente sob maldição. Em retribuição, a mulher consagrou a prata ao Senhor para fazer uma imagem de escultura e de fundição, ou seja, um ídolo.
Esta associação de idolatria com o nome do Senhor é uma triste constatação do alcance da corrupção promovida pela religião Cananéia sobre a adoração pura a Deus. A imagem de fundição, um termo que também significava “ cobertura”, pode ter sido um tipo de revestimento com o mesmo formato do ídolo que ela guardava. A mãe separou 200 peças do montante recuperado e entregou a um ourives que fez a imagem e sua cobertura. Mica fez um santuário com um éfode (para ser usado por um sacerdote enquanto estivesse diante do santuário) e terafins, e então consagrou a um de seus filhos, para que lhe fosse por sacerdote…
A anarquia civil e religiosa é explicada com base no fato de que não havia rei em Israel naqueles dias para instruir o povo. Como consequência, cada homem fazia o que achava certo.
Este é o abismo no qual qualquer pessoa mergulha mais cedo ou mais tarde se abandonar os princípios morais e absolutos e a autoridade das Escrituras” (MULDER, Chester O. et al. Comentário Bíblico Beacon – Volume 2: Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp.146-47).
III – A IDOLATRIA DENTRO DOS LARES
Em ambas as histórias citadas, de Raquel e a de Mica, a crença em “ ídolos domésticos” indicava a forte influência pagã em lares israelitas.
A partir desses dois casos bíblicos, somos convidados a refletir a respeito da idolatria hoje.
1- Os ídolos domésticos dos tempos atuais.
O apóstolo João enfrentou em seu ministério um problema com “ídolos caseiros” de famílias cristãs que tinham dificuldades em abandoná-los. Por isso, o apóstolo aconselhou: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1Jo 5 21). Para uma pessoa não crente em Cristo, a vida cristã é irreal, já que o que se vive no mundo, vive-se pelo que se vê e sente, e não pelo que a vida cristã exige.
Ora, os ídolos são temporários e representam aquilo que é falso e vazio porque são enganosos. Qualquer coisa pode se tornar um ídolo dentro de casa, como por exemplo: um emprego, um carro, um dinheiro, um filho, um pai ou uma mãe, um estilo de vida.
Ora, como identificar idolatria dentro e fora de casa? Tudo aquilo que requer lealdade e honra acima de Deus se constitui idolatria. Paulo escreveu aos coríntios: “ o ídolo, nada é no mundo” (1Co 8.4). Por isso, é um perigo endeusar pessoas, colocando-as na posição, ou acima, do próprio Deus.
COMENTÁRIO
Já nos primórdios da Igreja, no primeiro século da Era Cristã, o apóstolo João deparou-se com o problema da existência de ídolos caseiros que famílias cristãs tinham dificuldades em abandonar. Por isso, o apóstolo aconselhou: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1Jo 5.21). Para quem não conhece o que significa ser crente em Cristo, a vida cristã é irreal e o que se vive no mundo vive-se pelo que se vê e sente, e não pelo se requer na vida cristã.
Ora, ídolos são temporais porque representa aquilo que é falso e vazio e, lamentavelmente, os ídolos domésticos são enganosos. Qualquer coisa pode ser um ídolo dentro de casa, como, por exemplo: um emprego, um carro, a televisão, o dinheiro, um filho, um pai ou uma mãe, um estilo de vida. Ademais, como identificar a idolatria dentro e fora de casa? Tudo aquilo que requer lealdade e honra acima de Deus se constitui idolatria. Paulo escreveu aos coríntios e disse: “o ídolo nada é no mundo” (1Co 8.4).
Paulo disse mais: “Pois mesmo que haja os chamados deuses, quer no céu, quer na terra, (como de fato há muitos “deuses” e muitos “senhores”), para nós, porém, há um único Deus, o Pai, de quem vêm todas as coisas e para quem vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, por meio de quem vieram todas as coisas e por meio de quem vivemos” (1Co 8.5,6, NVI).
Temos a tendência de endeusar pessoas em detrimento de Deus.
Cabral. Elienai,. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 73-74.
…guardai-vos dos ídolos…· Essa declaração serve para mostrar, por uma última vez, que o evangelho tem seu imperativo moral, o. que era ignorado pelos gnósticos. Por conseguinte, o presente versículo é uma espécie de sumário da doutrina desta epístola. Pois qualquer coisa a que um homem dê atenção, às expensas das realidades espirituais, serve de ídolo para ele.
Apesar de que a idolatria literal era algo generalizado na Ásia Menor, região para onde esta primeira epístola de João foi enviada, não é muito provável que o autor sagrado se tivesse referido a isso—antes, falava sobre a idolatria espiritual, do que quase todos os homens são culpados.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 6. pag. 303.
[…] os ídolos são a essência do engano (5.21). “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. ” O fato de sermos guardados por Jesus não nos isenta da responsabilidade de nos guardarmos. A palavra grega usada aqui (5.21) pelo apóstolo João, terein, “guardar”, significa “vigiar”. Ela é diferente da palavra grega phulassein, “guardar”, usada em 5.18.
A Bíblia Viva traduz assim este versículo: “Meus queridos filhos, afastem-se de qualquer coisa que possa tomar o lugar de Deus no coração de vocês”. Já Wescott o disse assim: “Guardai-vos de todos os objetos de falsa devoção”.
Na verdade, o que João está dizendo é: não abandone o real pelo ilusório. Todos os substitutos de Deus são ídolos e deles o crente deve guardar-se, vigilante.
João está escrevendo esta carta aos crentes que viviam na Ásia Menor. Efeso era a capital da Ásia Menor e uma cidade de muitos deuses. Ali ficava o templo de Diana, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Efeso era o centro deste culto pagão.
Lloyd John Ogilvie diz que em Efeso se vendiam amuletos que supostamente davam poderes mágicos ao destino das pessoas. ícones do templo haviam produzido um negócio lucrativo aos ourives. As pessoas compravam os ícones crendo que o poder de Diana residiria onde quer que os ícones fossem levados.
Efeso era também a cidade de magia e feitiçaria. Toda forma de seitas e ocultismos grassava ali. A astrologia florescia. Encantamentos, exorcismos e religião mística estavam disponíveis em qualquer esquina. Acrescentado a tudo isso, ainda havia o culto a César.
Domiciano exigiu o culto a César em Éfeso até a sua morte em 96 d.C., mandando que as pessoas lhe mostrassem a sua lealdade queimando incenso perante o busto de César. Não era coisa fácil ser cristão em Éfeso. Não é de admirar, portanto, que João tenha terminado sua carta com esta solene advertência.
Os deuses diminutos da falsa religião, da sensualidade, da magia negra, da segurança política e da segurança econômica eram ídolos tentadores. Os mesmos ídolos ainda nos tentam. Dinheiro, segurança, prazer, pessoas, carreiras e posses são ídolos que exigem que cultuemos a eles em vez de prestar culto a Deus. Nossos ídolos podem ser qualquer coisa ou pessoa que ameace ocupar o trono do nosso coração. Substitutos de Deus podem exigir muito de nosso tempo, dinheiro e energia.
O culto dos ídolos era um culto falso que prometia uma vida falsa. F. F. Bruce diz que os ídolos são os falsos conceitos a respeito de Deus. João exorta os crentes que estão no verdadeiro e que têm a verdadeira vida eterna para se guardarem dos ídolos.
LOPES. Hernandes Dias. 1, 2, 3 JOÃO. Como ter garantia da salvação. Editora Hagnos. pag. 225-227.
2- Identificando os ídolos modernos dentro dos lares.
A proliferação da “ cultura da mídia” entrou em nossas casas e, queiramos ou não, convivemos com ela no dia a dia. A mídia, por si mesma, é neutra, pois é o meio pelo qual serve à sociedade como canal de comunicação através do rádio, da televisão, da internet, dos smartphones, da rede de computadores e de outros meios.
Ela é um modo de comunicação que deve ser usado com sabedoria. Entretanto, não podemos ser manipulados por ela, que faz parte de um mundo tecnológico e intelectual no qual todos vivemos. O que não podemos é fazer o uso acrítico desses instrumentos. Precisamos levar em conta o cuidado quanto ao perigo da “concupiscência da carne, dos olhos e da soberba da vida” (1Jo 2.16,17).
COMENTÁRIO
Ainda se fabricam ídolos nas várias religiões do mundo. Nos dias da Igreja Primitiva, especialmente, as igrejas gentílicas se constituíam em sua maioria por pessoas advindas do paganismo.
Alguns cristãos tinham dificuldades em se desfazer por completo de pequenos deuses do mundo pagão. Porém, os ídolos modernos não aparecem em figuras de gesso, de madeira, de barro, de ferro, de bronze, de ouro ou de prata. Os ídolos modernos são aqueles que estão no coração, como o “dinheiro, o “EU”, “as pessoas”, “as coisas”.
Temos que abolir esses ídolos e adorar a Deus em espírito e em verdade. O texto de João 4.23 traz as palavras de Jesus: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem”.
Cabral. Elienai,. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 74-75.
A concupiscência da carne (2.16). A carne fala daquelas tentações que nos atacam de dentro para fora. São desejos sórdidos. E o apelo para se viver o prazer imediato. E endeusar os prazeres puramente físicos e carnais. E viver sob o império dos sentidos.
Segundo Lloyd John Ogilvie, a concupiscência da carne simboliza a vida dominada pelos desejos, com pouco respeito por nós mesmos e por outras pessoas, a ponto de usá-las como coisas.
A carne é a nossa natureza caída. São os impulsos e os desejos que gritam para ser satisfeitos. Estes desejos estão dentro do nosso coração. Segundo Augustus Nicodemus, “a carne” se refere aos desejos impuros, que incluem todos os pensamentos, palavras e ações não castos: fornicação, adultério, estupro, incesto, sodomia e demais desejos não naturais, quer à intemperança no comer e no beber, motins, arruaças e farras, bem como todos os prazeres sensuais da vida, que gratificam a mente carnal e pelos quais a alma é destruída e o corpo, desonrado.
A tese de João prova que o homem não é apenas o produto do meio, como pensava John Locke. Também o homem não é bom, como ensinava Jean Jacques Rousseau. Jesus diz que é do coração do homem que os maus desígnios procedem.
As pessoas que tentaram fugir do pecado, trancando-se em mosteiros, na Idade Média, não conseguiram resolver o problema da concupiscência da carne. O pecado não está apenas do lado de fora, mas está, sobretudo, do lado de dentro, em nosso coração. O sistema do mundo é a vitrina que busca satisfazer os desejos da carne.
Concordo com Werner de Boor quando diz que a “carne” é a condição natural egoísta, que nasce em cada nova criança. Essa nossa natureza egocêntrica é, desde a infância, um feixe de “desejos”: eu quero… eu gostaria… eu exijo.
Uma coisa boa em si mesma pode ser pervertida quando ela nos controla: comer não é um mal, mas a glutonaria sim. Beber não é um mal, mas a bebedice sim. O sexo não é um mal, mas a imoralidade sim. O sono não é um mal, mas a preguiça sim.
A concupiscência dos olhos (2.16). A concupiscência dos olhos são as tentações que nos atacam de fora para dentro. A concupiscência dos olhos é a tendência a deixar-se cativar pela exibição externa das coisas, sem investigar os seus valores reais. A concupiscência dos olhos inclui o amor pela beleza separado do amor pela bondade.
William Barclay diz que a concupiscência dos olhos é o espírito que não pode ver nada sem desejá-lo. E o espírito que crê que a felicidade se encontra nas coisas que pode comprar com dinheiro e desfrutar com os olhos.
Lloyd John Ogilvie diz que a concupiscência dos olhos é a ostentação do espetáculo externo em nossa feira da vaidade. E a incapacidade de alguém ver algo sem desejá-lo para si mesmo como um símbolo de segurança. Mais, mais, mais! O ponto é que tentamos encher com coisas, pessoas e atividades o vazio que somente Deus pode preencher.
Os olhos são a lâmpada do corpo e as janelas da alma. Por eles entram os desejos. Eva caiu porque viu o fruto proibido. Ló viu as campinas do Jordão e foi armando suas tendas para as bandas de Sodoma. Siquém viu Diná e a seduziu. A mulher de Potifar viu José e tentou deitar-se com ele. Acá viu a capa babilónica e arruinou-se. Davi viu Bate-Seba e adulterou com ela e a espada não se apartou da sua casa. Cuidado com os seus olhos. Se eles o fazem tropeçar, arranque-os, porque é melhor você entrar no céu caolho do que todo o seu corpo ser lançado no inferno.
A soberba da vida (2.16). A palavra grega que descreve soberba é alazoneia. Essa palavra só aparece novamente em Tiago 4.16. O soberbo é o alazon. O alazon é um fanfarrão. Na antiguidade, essa palavra era usada para descrever os charlatães que faziam propaganda de produtos falsos.
Aristóteles usou alazon para definir o homem que atribui a si mesmo qualidades dignas de louvor que realmente não tem. Teofrasto usou o termo alazon para descrever o indivíduo que frequenta os mercados e fala com os forasteiros acerca da frota de barcos que não tem, e de grandes negócios, quando seu saldo no banco é precisamente irrisório. Gaba-se de cartas que diz que os grandes governantes lhe escrevem solicitando ajuda e conselho. Alardeia a grande mansão em que vive, quando na verdade vive numa pousada. Trata-se daquela atitude de querer impressionar todos com a sua inexistente importância.
Lloyd John diz que a soberba é como um narcótico. E um falso moderador de humor, que estimula nossa autoimagem e um sedativo que anestesia uma aceitação honesta de nosso verdadeiro eu. A soberba produz uma alucinação ilusória em nós mesmos.
A alazoneia, jactância ou soberba é a vanglória com coisas externas como riqueza, posição social, inteligência, poder, beleza, joias, carros, vestuário. E ostentação pretensiosa.
É gostar dos holofotes. É o desejo de brilhar ou de ofuscar os outros com uma vida luxuriosa.
Há muitas pessoas que sacrificam a própria integridade para ostentar poder, posses e honras. Eu visito todas as semanas as livrarias. Gosto de ver as novas publicações. Chama-me a atenção o número colossal de revistas que discorrem sobre essas frivolidades mundanas.
Enfim, o alazon é a pessoa que se jacta do que tem, quando nada possui. E aquele que faz propaganda enganosa de si mesmo, de suas obras e de suas posses. William Barclay diz que alazon é um interminável jactar-se acerca de coisas que não se possui, e que a vida desse tipo de pessoa é um esforço para impressionar a todos os que encontra com a própria fictícia importância.
LOPES. Hernandes Dias. 1, 2, 3 JOÃO Como ter garantia da salvação. Editora Hagnos. pag. 123-126.
João advertiu os seus leitores contra o amor ao mundo e mem o que ele oferece (2.15) porque tudo o que há no mimdo náo é do Pai. Jesus deixou esta diferença clara qtundo disse o mesmo.
O “mundo” aqui, como em 2.15, é o sistema iníquo presente, que é governado por Satanás e oposto a Deus. Este “mtmdo” rebelou-se e caiu no pecado. Nada no sistema deste mundo ama ao Pai ou encontra a sua origem no Pai.
João classificou o que há no mundo em três categorias básicas. Estas três categorias são subjetivas, pois falam de atitudes do coração.
Os crentes podem parecer perfeitamente puros e serenos exteriormente, mas abrigar alguma ou todas estas atitudes no seu interior. João temia que isto pudesse acontecer, de modo que estava advertindo os crentes a refrearem estes desejos.
- A concupiscência da carne. Jesus falou sobre como o adultério começa não no ato em si, mas no desejo (Mt 5.28).
Estas palavras retratam qualquer tipo de desejo, mas especialmente a mania por sexo. Sem dúvida, as pessoas da antiga Éfeso entendiam isto – as religiões pagãs da sua cidade glorificavam o sexo. Hoje, o mundo tem muitas semelhanças. O sexo, em todas as suas formas imorais e grotescas, é exibido nos filmes, na televisão, nas revistas, e nas telas dos computadores. Isto desperta a natureza pecadora. Embora esta categoria pareça se referir principalmente ao desejo sexual, ela pode incluir qualquer tipo de desejos egoístas ou insaciáveis que tenham simplesmente o objetivo de satisfazer os apetites físicos de alguém que esteja em rebelião contra Deus.
- A concupiscência dos olhos. Os pecados de desejar e acumular posses (curvando-se ao deus do materialismo) poderiam ser enquadrados nesta categoria. Embora o sexo possa também ser incluído aqui, os “olhos” das pessoas podem desejar muitas coisas. Os crentes não devem ficar obcecados com o que veem.
- A soberba da vida (ou o orgulho pelas coisas da vida). Isto refere-se tanto à atitude interior quanto à vangloria exterior devido a uma obsessão pela condição ou pelas posses de uma pessoa.
Todas as três categorias mostram egoísmo e ambição. Contudo, estes pecados, tão sutis a ponto de nascerem quase desapercebidos no coração, tornam-se as tentações que levam às obras do pecado na vida das pessoas.
As pessoas que vivem em rebelião contra Deus com os seus desejos transitórios e não realizáveis (2.16) estão se concentrando em um mundo que já está passando. O viciado em trabalho irá morrer insatisfeito. O político ambicioso irá morrer em desespero. Aqueles que gostam das festas em que desfrutam prazeres carnais terão a vida destruída pelas drogas ou pelo álcool. A indulgência nunca satisfaz; ela somente desperta o interesse por mais.
Os cristãos, entretanto, compreendem que o mundo não durará para sempre e que ninguém vive neste planeta para sempre. No entanto, por serem crentes que fazem a vontade de Deus, eles permanecerão para sempre. Afastar-se do mundo de pecado e apegar-se a Deus significa agarrar-se ao que é eterno. Aqueles que confiam em Deus já começaram a desfrutar uma parte da vida eterna.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. 2a Impressão: 2010. Vol. 2. pag. 773-774.
3- Precisamos reagir contra os inimigos da família.
Jesus disse em seu Sermão da Montanha: vós sois o sal da terra e, se o sal for insípido, com que se há de salgar? (Mt 5.13). A igreja é o sal da terra e, por isso, é a única instituição da sociedade capaz de evitar a corrupção dos nossos valores morais e espirituais.
Para preservar a família, atacada pelo vírus infeccioso do sistema mundano, é preciso quebrar “ os ídolos domésticos” que roubam o lugar de Deus na vida familiar.
COMENTÁRIO
Precisamos combater e reagir contra os inimigos da família Jesus disse em seu Sermão da Montanha: “Vós sois o sal da terra; e, se o sal for insípido, com que se há de salgar?” (Mt 5.13).
Essa comparação simbólica da Igreja com o sal da terra indica a Igreja como a única entidade da sociedade humana capaz de evitar a corrupção dos nossos valores morais e espirituais. Para que preservemos a família atacada pelo vírus infeccioso do sistema mundano, devemos quebrar “os ídolos domésticos” que roubam o lugar de Deus na vida dos membros da família.
A proliferação corrupta da cultura da mídia entrou em nossas casas e, queiramos ou não, convivemos com essa cultura no dia a dia.
Cabral. Elienai,. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 77.
Ser sal é uma vocação importante. Entretanto, quem quiser cumpri-la precisa saber do sacrifício que está ligado a ela. Pois, quando o sal quer cumprir sua tarefa, precisa dissolver-se. O serviço do sal sempre acontece pela entrega de si próprio.
O sal que não se entrega, o sal que permanece no saleiro, perde o seu poder de salgar e por nada será revigorado como sal. No tempo de Jesus, o sal (obtido às margens do mar Morto ou de pequenos lagos na beira do deserto da Síria) facilmente adquiria um gosto insosso e mofado por causa da mistura maior de gesso ou restos de plantas.
Por isso não podia ficar muito tempo armazenado. Precisava sair do saleiro, entrar nas comidas. – Assim os cristãos vivos precisam inserir-se no meio do mundo. Ademais, quando se diz que os discípulos devem ser sal da terra, o seu serviço de sal não tem limites. Eles são colocados em relação com a humanidade toda e com todas as suas esferas, também as esferas cultural, econômica e política.
A palavra do sal vale não apenas horizontalmente até os confins da terra, mas também verticalmente, em todos os âmbitos da vida do ser humano de baixo para cima. – Assim, a primeira palavra do evangelho também é a última, a qual mostra aos seguidores de Cristo sua tarefa como sal da terra.
Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Mateus. Editora Evangélica Esperança. 1° Ed. 1998.
Os cristãos não são chamados a retirar-se do mundo. Não somos sal apenas da terra, mas para a terra, a fim de que possamos acrescentar este tempero saboroso à vida. Alguns cristãos são considerados rabugentos. Eles são sisudos e pare- cem não acrescentar qualquer alegria ou sabor a nada. Porém, de todas as pessoas, nós deveriamos ser os mais cheios de amor pela vida e contagiar os demais com esta alegria.
O sal deve sair do saleiro. Jesus está dizendo que devemos ser o sal que sai do saleiro. Para que o sal seja útil, ele deve ser utilizado.
Uma empresa norte-americana fabricante de sal, a Morton Salt, tem um slogan mais ou menos assim: Funciona até debaixo d’água. A frase é memorável não apenas pela afirmação que faz em relação ao produto, mas também por sua inverdade. Sabemos 0 que acontece quando tentamos usar 0 saleiro em um ambiente muito úmido. Nem o sal Morton consegue sair da embalagem sendo apenas agitado.
Sproul., RC. Estudos bíblicos expositivos em Mateus. 1° Ed 2017. Editora Cultura Cristã. pag. 77-78.
SINOPSE III
Precisamos combater os “ ídolos domésticos” dos tempos atuais, assim como qualquer influência pagã em nossos lares.
CONCLUSÃO
Precisamos investir na família, criando barreiras espirituais e morais no seio dos lares para salvar nossos filhos e prepará-los para uma vida cristã sadia, que glorifique a Deus. Por isso, os ídolos da atualidade precisam ser retirados do nosso meio para que não venham a roubar o lugar de Deus em nossas vidas.
REVISANDO O CONTEÚDO
1- Por que Raquel furtou os ídolos de seu pai?
Raquel furtou os ídolos de seu pai porque ele não lhe daria herança e naquela cultura quem os possuísse, teria direito à mesma.
2- Mica roubou alguém de sua própria família.
Quem foi essa pessoa? Mica roubou a própria mãe.
3- Porque Mica devolveu todo o dinheiro à sua mãe?
Por temer sofrer com a maldição da mãe.
4- O que eram os “ terafins”?
Terafins eram ídolos fabricados de madeira, pedra ou barro, adorados como amuletos para proteção familiar e pessoal.
5- Cite três exemplos de ídolos domésticos dos dias atuais.
Um carro, dinheiro ou um estilo de vida.
VOCABULÁRIO
Albardar: Aparelhar, vestir, colocar peça de couro sobre o animal para o cavalheiro sentar-se.
Subsídio Lição 04 - Revista Lições Bíblicas CPAD - 2º Trimestre de 2023
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Descrição
O currículo de Escola Dominical CPAD é um aprendizado que acompanha toda a família. A cada trimestre, um reforço espiritual para aqueles que desejam edificar suas vidas na Palavra de Deus.
Tema: Relacionamentos em Família - Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus
Comentarista: Elienai Cabral
O currículo de Escola Dominical CPAD é um aprendizado que acompanha toda a família. A cada trimestre, um reforço espiritual para aqueles que desejam edificar suas vidas na Palavra de Deus.
Tema: Relacionamentos em Família - Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus
Comentarista: Elienai Cabral
Sumário:
Lição 1 - Quando a Família Age por Conta Própria
Lição 2 - A Predileção dos Pais por um dos Filhos
Lição 3 - Ciúme, o Mal que Prejudica a Família
Lição 4 - Ídolos na Família
Lição 5 - Motim em Família
Lição 6 - Pai Zelosos e Filhos Rebeldes
Lição 7 - O Relacionamento Entre Nora e Sogra
Lição 8 - A Importância da Paternidade na Vida dos Filhos
Lição 9 - Uma Família nada Perfeita
Lição 10 - Quando os Pais Sepultam seus Filhos
Lição 11 - Os Prejuízos da Mentira na Família
Lição 12 - Criando Filhos Saudáveis
Lição 13 - A Amizade de Jesus com uma Família de Betânia
Características
Altura 28 Largura 18 Acabamento Grampeado Periodicidade Trimestral Faixa Etária Adultos Tipo Escola Dominical
Altura | 28 |
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Largura | 18 |
Acabamento | Grampeado |
Periodicidade | Trimestral |
Faixa Etária | Adultos |
Tipo | Escola Dominical |
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generosamente vos dará; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”. (Lucas 6:38)
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